Os blogs da cidade já antecipam a manchete e os bastidores fervem com a confirmação do óbvio: Parnamirim virou, oficialmente, a casa da mãe Joana com verniz de legalidade.
O que se desenha nas trocas do secretariado é a radiografia perfeita do subdesenvolvimento político local. Temos dois movimentos distintos, unidos pelo mesmo desprezo à coisa pública.
Primeiro, o adeus do Turista Administrativo. A exoneração de Kelps Lima da pasta de Finanças confirma que a cadeira serviu apenas de trampolim. A cidade foi um hotel de trânsito de luxo. Usou — e abusou — do cargo para manter a temperatura política, posou para fotos e agora salta fora porque o projeto pessoal de 2026 fala mais alto. Para o aventureiro, a gestão não é missão; é escada, e, nesse caso, se tudo der certo, escada direta para o Olimpo em Brasília.
Segundo, e ainda mais grave, é o que os blogs locais dão como certo: a iminente chegada da Herdeira Funcional. A filha da prefeita Nilda Cruz prepara-se para assumir a SEMSUR. Enquanto a tinta da exoneração do "turista" seca, o decreto da "filha da dona" já está no rascunho.
Se a informação de bastidor se confirmar, a meritocracia será enterrada sem velório para dar lugar à "vida boa" dos laços de sangue. Não é sobre competência técnica para gerir serviços urbanos; é sobre garantir o feudo familiar. Enquanto o filho do trabalhador de Parnamirim sua para conseguir um estágio, a filha do poder ganha a chave do cofre da zeladoria.
O resumo da ópera é cruel: um usa a prefeitura para subir na vida (política); a outra usa para garantir a vida mansa. E o povo? O povo paga a conta desse trampolim e desse berço esplêndido.
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